A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou recentemente os resultados de uma pesquisa inédita intitulada “Caminhos da Tecnologia no Agronegócio”. Este estudo, que levou 18 meses para ser concluído, visa mapear as tendências tecnológicas e as necessidades de capacitação no setor agropecuário brasileiro.
A pesquisa, que contou com a participação de produtores rurais, cooperativas, indústrias de máquinas e equipamentos, prestadores de serviços e instituições de ensino, revelou que a tecnologia é vista como um fator crucial para a redução de custos e aumento da produtividade no campo. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, destacou que a pesquisa será repetida a cada dois ou três anos para acompanhar as tendências do setor.
Composta por 60 questões, a pesquisa foi coordenada pela SAE Brasil e liderada pela KPMG. Os participantes, que variavam de pequenos produtores a grandes empresas com faturamento de até R$ 3 bilhões, tinham em sua maioria entre 30 e 50 anos. A conectividade no campo foi identificada como uma tendência emergente, consolidando-se como um vetor de crescimento importante.
No entanto, a pesquisa também apontou desafios significativos, como a necessidade de capacitação da mão de obra e os altos custos das tecnologias. Leite enfatizou a importância de aprofundar a compreensão dessas necessidades para melhor atender ao setor.
Entre as principais conclusões, destacam-se a adoção de novas tecnologias para aumentar a produtividade e reduzir custos, a crescente automatização devido à escassez de mão de obra, e a necessidade de tecnologias compatíveis entre diferentes sistemas de fornecedores. A pesquisa também revelou que a qualidade de vida no campo é uma demanda crescente, embora o custo das tecnologias ainda limite sua adoção em larga escala.
A pesquisa também abordou a estratégia e decisão de compra de máquinas agrícolas. Os produtores geralmente levam de 7 a 10 anos para renovar seus equipamentos, considerando fatores como risco climático, aspectos regulatórios e novas tecnologias. A principal preocupação na decisão de compra foi o juro de financiamento, seguido pela disponibilidade de crédito.
Outro ponto relevante é a origem do capital para a compra de máquinas. A pesquisa mostrou que 27% das aquisições são feitas com recursos próprios, indicando uma boa capitalização dos produtores nos últimos cinco anos. Além disso, a pesquisa explorou canais de venda, locação de equipamentos, educação, competitividade e o uso de internet no campo.
Em resumo, a pesquisa “Caminhos da Tecnologia no Agronegócio” oferece uma visão abrangente das necessidades e desafios do setor agropecuário brasileiro, destacando a importância da tecnologia e da capacitação para o futuro do agronegócio no país.