A tecnologia desempenha um papel crucial na gestão e mitigação de riscos no setor agropecuário, não apenas para enfrentar os desafios atuais, mas também para preparar o mercado e a sociedade para futuros impactos. Roberto Rodrigues, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Agricultura, destacou essa importância durante o evento Agro ao Cubo, promovido pelo Cubo Itaú. Ele enfatizou que, embora o Brasil possa não liderar em fintechs, tem potencial para se destacar no agronegócio.

Rodrigues apresentou os “quatro cavaleiros do apocalipse”, fenômenos globais que afetam a todos: segurança alimentar, segurança energética e transição para a descarbonização, meio ambiente e desigualdade social. Ele acredita que o agronegócio pode ser a solução para esses problemas, especialmente nas regiões do cinturão tropical, que incluem partes da América Latina, África subsaariana e Ásia.

Para evitar a fome global, é necessário aumentar a produção de alimentos em 20% na próxima década, com o Brasil precisando crescer 40% nesse período. Isso requer tecnologia, políticas públicas e um mercado robusto. Apesar de ser uma potência no agronegócio, o Brasil enfrenta desafios como desmatamento ilegal e questões fundiárias, que precisam ser abordados com uma estratégia abrangente.

Maria Carolina Zonete, da Suzano, destacou a dependência do Brasil de insumos externos, especialmente fertilizantes, e como a tecnologia pode ajudar a mitigar esses riscos. O monitoramento tecnológico é essencial para acompanhar a produção e identificar desequilíbrios no ecossistema, mas é necessário agir rapidamente quando os riscos são identificados.

As incertezas climáticas e desastres ambientais são riscos constantes, exigindo preparação e inovação contínua. Carlos Eduardo Cerri, da ESALQ/USP, mencionou o potencial de sequestro de carbono em sistemas agrícolas como uma forma de mitigar os impactos climáticos. Tecnologias inovadoras podem ser aplicadas para melhorar práticas agrícolas e controlar pragas.

No evento, Alexandre Negrini, da São Martinho, discutiu o uso de dados para otimizar a gestão de riscos e apoiar decisões assertivas. A tecnologia pode fornecer insights valiosos, mas é crucial ter objetivos claros para evitar sobrecarga de informações e garantir que os modelos utilizados sejam adequados.

Em resumo, a tecnologia é uma aliada indispensável para enfrentar os desafios do agronegócio, desde a produção até a gestão de riscos. Com uma abordagem integrada e colaborativa entre setores público e privado, o Brasil pode liderar soluções inovadoras para problemas globais.

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