A política teve o maior destaque entre os temas abordados no Conexão Campo Cidade desta segunda-feira (22). Marcelo Prado, Leticia Jacintho, Antônio da Luz e José Luiz Tejon debateram as influências internacionais, sobretudo da Europa, na produção agropecuária brasileira e como as decisões do governo nacional têm afetado o cotidiano do produtor rural.

Logo no início do programa, as decisões da Euroa que aferam o Brasil foram colocadas em questão. Leticia Jacintho destacou que o Parlamento Europeu aprovou na última semana a chamada Lei do Desmatamento, que obriga empresas a comprovarem que produtos das cadeias de gado, cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha, carvão vegetal e papel não venham de áreas desmatadas de nenhum lugar do mundo.

Para Leticia, essa lei carrega alguns problemas para o Brasil, pois, como ela afirmou, vai trazer mais gastos ao produtor nacional. Além disso, o maior problema é que a Lei do Desmatamento, ao proibir qualquer percentual de área desmatada, contraria a lei do Brasil, que obriga o agropecuarista não utilizar uma determinada parte da sua propriedade para preservação ambiental.

Marcelo Prado concordou com esse argumento e frisou que o empresário rural adquiriu sua propriedade dentro do Brasil, projetando utilizar a parte permitida dentro da lei nacional. A Europa ditar uma nova regra, segundo ele, é uma ingerência que vai interferir no planejamento financeiro do agropecuarista.

Esse tipo de atitude por parte de Europa, segundo o economista Antônio da Luz, sempre foi comum, tanto na América do Sul quanto na África. A questão agora, para ele, é se vamos continuar aceitando. “A Europa é hipócrita. Quem é a Europa para falar de desmatamento? A Europa que está queimando carvão. Para que serve o parlamento brasileiro se a Europa não aceita a lei que eles criam?”, questionou.

 

Incompetência do governo brasileiro e falta de inciativa do setor privado
Em tom de protesto, José Luiz Tejon afirmou que o governo tem sido incompetente para discutir questões relevantes. Para ele, assuntos como a Lei do Desmatamento deveriam ser discutidos pelo setor privado brasileiro com o setor privado Europeu, pois, segundo Tejon, os empresários da Europa não pensam como o governo em regras como a do desmatamento zero.

Enquanto o Brasil discuti ainda questões políticas como “direita e esquerda”, como afirmou Marcelo Prado, o país tem reduzido seu percentual de participação no o Produto Interno Bruto (PIB) mundial. “Estamos perdendo relevância. Os números estão mostrando isso para nós”, concluiu.

Uma ação efetiva, de acordo com a Antônio da Luz, seria se o setor privado criasse uma agenda que precisaria ser cumprida pelo governo. Falta ao Brasil definições de objetivos e eixos estratégias para chegar em algumas metas, falta uma agenda mínima para que, quando ocorreram as trocas de governos, os planos continuem a serem cumpridos.

 

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